terça-feira, 5 de abril de 2011

Diploma X Humanidade.



Tenho pensado muito nos grandes feitos dos seres humanos. É inacreditável como eles estudam para se tornarem grandes homens e acabam por vezes se diminuindo. Discursos vazios fazem parte do seu cotidiano, “faça o que digo e não faça o que faço”, torna-se constante. E você que esperava que estas pessoas com muito mais conhecimento científico que você pudesse ajudá-lo a ser melhor, passa a acreditar que isso não é verdade, que você simplesmente aprende que precisamos ser melhores independentemente dos bancos universitários.
Ainda acredito que a pessoa precisa aceitar e respeitar o outro, pois todos temos uma maneira própria de ver a vida, mas este nosso olhar, não pode de forma alguma passar a representar um obstáculo para o outro crescer. Você não pode simplesmente impor aos outros a sua forma de pensar e ver a vida. Você é livre, tanto quanto as outras pessoas e, esta liberdade, permite a você apenas o direito de ser você mesmo, sem impor aos outros o que não quer que seja imposto a você.
Posso estar errada, não são estas palavras, máximas, mas representam o que eu acredito que seja coerente com as atitudes do ser humano. Como digo uma coisa e acabo por fazer outra que em nada tem a ver com o meu discurso? Não seria isso grave, se por acaso não atingisse pessoas que sofrem com isso.
Lamentavelmente são estas pessoas consideradas expert em muitos assuntos, são todas muito boas de fato no que fazem e merecedores de prêmios pelos diplomas que possuem. Mas estas pessoas são apenas pura e simplesmente portadoras de diplomas, geneticamente humanas. O difícil é ter que conviver com este tipo de pessoa e saber que, se de fato são boas e merecedoras de respeito e confiança nem sempre elas conseguem demonstrar isso.
Não quero aqui dizer que todos estes portadores de diplomas não são bons, tão pouco não são merecedoras dos prêmios que possuem. Saliento apenas, que diploma não trás humanidade a ninguém, e que isso é muito natural, cada um trás dentro de sim, independente de qualquer título.
Seu João, um homem de setenta e cinco anos, mora na roça, é analfabeto e pouquíssimas vezes tem contato com pessoas que não sejam da família. Na sexta feira, ao chegar da roça, depois de seus afazeres ele encontrou em sua porta, aliás em seu quintal, um vendedor. Pense em um vendedor chato, daqueles que tentam vender algo que você tem certeza que não precisa, mas ele insistentemente tenta fazer do que seja para ele, o papel de um bom vendedor.
Seu João cansado de um longo dia de trabalho ouve atento  o que diz o vendedor, tentando inutilmente convencê-lo a comprar um par de óculos de sol. O homem tenta persuadi-lo, mas sem sucesso. Muito educado, o senhor idoso, ouve atentamente, sem fazer caras e bocas, tão pouco mostrar qualquer despontamento, pois ele sabe que o vendedor está apenas fazendo seu papel e procurando fazer o que para ele seja o melhor. Terminada a tentativa inútil, o vendedor agradece e vai embora. Seu João enfim pode adentrar a sua humilde casa.
Ninguém falou á seu João que ele precisava ser educado e paciente com o vendedor. Ele não freqüentou nenhuma escola, tão pouco faculdade. Ele apenas fez o que sempre soube ser o certo e o que gostaria que fizessem com ele, caso ele fosse um vendedor, tentando fazer da melhor forma o seu papel.

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